Queda do iene: trabalhadores estrangeiros enfrentam desafios
10/09/2024
Um estrangeiro de 22 anos que trabalha em uma unidade de cuidados para idosos em Hamamatsu, Shizuoka, tem enfrentado dificuldades para enviar dinheiro para sua família devido à desvalorização do iene. Mesmo com seu salário modesto, ele insiste em manter as remessas, o que impacta diretamente sua própria qualidade de vida. Almoçando e jantando apenas ovos mexidos com arroz branco, ele economiza o máximo possível para continuar ajudando seus parentes.
Ele cuida dos moradores do local, servindo refeições e auxiliando em atividades diárias, como banhos. Com um salário de cerca de ¥120.000 (aproximadamente US$ 840), o trabalhador consegue enviar de ¥80.000 a ¥90.000 (cerca de US$ 560 a US$ 630) para sua família, abdicando de muitas necessidades básicas, como o café da manhã. Ele ainda limita o uso do ar condicionado, mesmo enfrentando o verão quente e úmido do Japão, em uma tentativa de economizar.
Apesar das dificuldades, o sonho do jovem é se tornar astronauta, e ele acredita que a poupança é essencial para alcançar esse objetivo. No entanto, com o iene enfraquecido, o valor enviado para sua família em sua moeda de origem diminuiu significativamente. Há três anos, ¥80.000 representavam quase o dobro do salário médio em seu país de origem, mas desde então o valor caiu cerca de 15%.
Com a população envelhecendo rapidamente, o Japão tem cada vez mais dependido da força de trabalho estrangeira. Em 2023, o número de trabalhadores estrangeiros no país superou a marca de 2 milhões pela primeira vez, representando 3% da força de trabalho. Setores como a indústria, o comércio e o setor de serviços dependem fortemente desses trabalhadores para sustentar a economia.
No entanto, a persistente deflação no Japão, associada ao aumento dos salários em outros países, diminui o apelo do país como destino para trabalhadores migrantes. Em comparação a outros locais, como Austrália e Polônia, o Japão está perdendo sua competitividade.
Especialistas alertam que a falta de uma cultura corporativa que promova a integração e o respeito pelos trabalhadores estrangeiros pode agravar ainda mais essa situação. Sem mudanças significativas, o fluxo de migrantes para o Japão tende a diminuir, o que pode agravar a escassez de mão de obra em um futuro próximo.