Japão

Projeto social criado por padre brasileiro no Japão completa 25 anos

O Padre Evaristo Higa retornou ao país este mês, para comemorar as “bodas de Prata” do projeto fundado por ele e que se tronou referência entre os estrangeiros e o japoneses.  O sacerdote chegou pela primeira vez no Japão em 1993, designado para comandar a paróquia de Hamamatsu, , entre idas e vindas, foram 23 anos de evangelização e ações sociais em todo arquipélago japonês.

Foi nesta cidade, com a maior concentração de brasileiros, que desenvolveu diversas ações sociais, entre elas a criação do Grupo Esperança, que atende os moradores de rua de Hamamatsu, com  distribuição do “sopão”, kit de higiene pessoal e remédios.

O grupo e a ação com o sem-tetos, algo não imaginado em país de primeiro mundo, trouxeram o Padre Higa mais uma vez ao Japão. Este ano haverá uma comemoração especial, são 25 anos de trabalho ininterruptos , criado pelo padre mais querido da comunidade.

O Grupo Esperança foi um dos primeiros movimentos a lutar pelos direitos sociais dos brasileiros, principalmente em relação ao seguro de saúde. O Centro Pastoral foi também outra criação do Padre Higa, local desenvolvido para os estrangeiros pudessem se reunir para as atividades de recreação, aprendizagem e de discussão em defesa da melhoria das condições de vida no Japão.

No último domingo (26), antes de celebrar a primeira missa do dia,Padre Higa recebeu a equipe do Japão Aqui e falou do surgimento da ação social. No início o padre conta que um colega foi contra a ideia, que não precisaria fazer nada, apenas cuidar da igreja. Mas ele preferiu seguir o lema de Dom Bosco,“Deus nos colocou no mundo para os outros”, e desenvolveu as ações sociais.

Para o Padre Higa, retornar hoje ao Japão e ver o trabalho deixado em andamento é motivo de muita alegria e reflexo do que foi ensinado, não somente na ação, mas também nos conselhos repassado por ele.

“ Não dependeu só de mim, continua até hoje e não falharam nenhum dia nesses 25 anos, quem ficou assumiu o trabalho. Eu sempre falei, um dia a gente vai embora e não pode depender só do padre. As pessoas mudam , mas o legado continua”, disse Pe. Higa.

A ação do “sopão”, realizada aos sábados na estação de Hamamatsu, já foi matéria de reportagens de muitos jornais e tv’s do Japão. Estudantes universitários e seminaristas japoneses também fizeram pesquisa para saber como o trabalho é desenvolvido, já que no Japão o gesto solidariedade não está relacionado em ajudar o próximo.

“Muitos já vieram aqui para saber como é essa solidariedade, porque aqui no Japão, a solidariedade deles é mais um ação comunitária, de fazer limpeza, limpar rios e não de ajudar pessoas”, explicou Pe. Higa.

Para comemorar os 25 anos da ação, o Padre Higa permanece no Japão até o próximo dia 30 de junho. A celebração que marcar as bodas de prata do “Sopão”, será uma outra festa também criada pelo próprio padre, a tradicional festa junina de Hamamatsu.

Carismático, Padre Higa é o mais querido na comunidade brasileira.

 

Japão Aqui e o brasileiro cada vez mais “japonês”. De refugiado econômico a imigrante nipo-brasileiro, fizemos o caminho inverso dos japoneses que atravessaram oceanos após a segunda guerra mundial.

Em 2007 após atingir a marca de 316.000 brasileiros oficialmente residentes no Japão o “Lehman shock” em 2008, esvaziou nossa comunidade em cerca de 140.000 pessoas, nos anos que se seguiram. Hoje em 2019, voltamos a crescer atingindo a marca de 193.798 brasileiros residentes (junho-2018 / Ministry of Internal Affairs and Communications).

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